segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quantas Vidas Você Tem - Paulinho Moska

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.

Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.

Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem.

(Ilustração: Vivien Leigh & Clark Gable as Scarlett O’Hara & Rhett Butler – “Gone With The Wind”)

Vai - Ana Carolina

Espera aí,

Nem vem com essa história

Eu nem quero ouvir

Não dá pra te esquecer agora

Como assim?

Você disse que me amava tanto ontem

Eu juro que ouvi

Calma aí!

Que diabo você tá dizendo agora?

Que onda é essa de outro lance pra viver?

Você nem pode tá falando sério

Vivi pra você

Morri pra você

Pois então vai

A porta esteve aberta o tempo todo, sai

O que está esperando?

Você sabe voar

Então tá bom

É, senta e conta logo tudo devagar

Não minta, não me faça suportar

Você caindo nesse abismo enorme

Tão fora de mim

Tá legal

É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?

Cê vai viver pra outra vida

E eu fico aqui

Na vida que ficou em minha vida

Tão perto de mim

Tão longe de mim

Pois então vai, a porta esteve aberta o tempo todo

Sai! Quem tá lhe segurando?

Você sabe voar

Mas se quiser, vai

A porta na verdade nem existe, sai

O que está esperando?

Você sabe voar

De volta pra mim

De volta pra mim...

domingo, 15 de agosto de 2010

Experiência

Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar.

Já me queimei brincando com vela.

Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.

Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.

Já passei trote por telefone.

Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.

Já roubei beijo.

Já confundi sentimentos.

Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.

Já me cortei fazendo a barba apressado.

Já chorei ouvindo música no ônibus.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.

Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.

Já subi em árvore pra roubar fruta.

Já caí da escada.

Já fiz juras eternas.

Já escrevi no muro da escola.

Já chorei sentado no chão do banheiro.

Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.

Já corri pra não deixar alguém chorando.

Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.

Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.

Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios.

Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro.

Já tremi de nervoso.

Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.

Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.

Já apostei em correr descalço na rua.

Já gritei de felicidade.

Já roubei rosas num enorme jardim.

Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.

Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.

Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: "- Qual sua experiência?".

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: "experiência...experiência..."

Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?

Não!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!"

Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:

Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?

- Redação de um candidato em um processo seletivo de uma grande empresa brasileira -

sábado, 14 de agosto de 2010

Urge Overkill - Girl You'll Be A Woman Soon

Menina... Você será uma mulher... Logo

Eu te amo tanto não poderia dizer o quanto,

eu morreria por você menina, e tudo o que eles conseguem dizer, é:

"Ele não faz seu tipo"

Eles nunca se cansam de me criticar

Eu nunca saberei, quando chegar,

o que vou encontrar,

Não os deixem fazer a sua cabeça

Você não sabe...

Menina... Você será uma mulher... Logo

Por favor... Venha pegue minha mão.

Menina... Você será uma mulher... Logo

Logo... você precisará de um homem.

Eu fui incompreendido por toda a minha vida

Mas o que eles estão falando, me corta como uma faca

"O menino não é bom"

Bom eu finalmente encontrei o que estava procurando

Mas se eles tiverem chance, eles irão destruir certamente.

Com certeza destruiriam

Baby eu fiz tudo o que podia

Agora é com você...

Menina... Você será uma mulher... Logo

Por favor... Venha pegue minha mão.

Menina... Você será uma mulher... Logo

Logo... Precisará de um homem.

(Ilustração: Uma Thurman as Mia Wallace – “Pulp Fiction”)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre Um Velho Pinheiro...

Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.

Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria “enxergar o pinheiro na posição correta”? O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista.

Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso, que ver aquela árvore em sua posição correta era “vê-la como uma árvore torta”.

Só isso!

Nós temos em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo mais” de acordo com a nossa visão pessoal. Quando olhamos para uma árvore torta é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é. Se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.

Nos relacionamentos é comum um criar no outro expectativas próprias, esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer. Sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros.

Porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado.

Se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado.

Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois conhecendo-os, não colocariam expectativas que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias.

Tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor. O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.

Não criei mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.

E para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.

Pense nisso!

- Paulo Roberto Gaefke –

(Ilustração: Araucaria angustifolia)

domingo, 8 de agosto de 2010

Nua - Ana Carolina

Olho a cidade ao redor

E nada me interessa

Eu finjo ter calma

A solidão me apressa

Tantos caminhos sem fim

De onde você não vem

Meu coração na curva

Batendo a mais de cem

Eu vou sair nessas horas de confusão

Gritando seu nome entre os carros que vêm e vão

Quem sabe então assim

Você repara em mim

Corro de te esperar

De nunca te esquecer

As estrelas me encontram

Antes de anoitecer

Olho a cidade ao redor

Eu nunca volto atrás

Já não escondo a pressa

Já me escondi demais

Eu vou contar pra todo mundo

Eu vou pichar sua rua

Vou bater na sua porta de noite

Completamente nua

Quem sabe então assim

Você repara em mim

(Ilustração: GARMASH, Michael & Inessa – “Lost In Lillies”)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Isso Se Chama Amor

Você surgiu como suave melodia trazida pela brisa; dilatou-se no silêncio de minha alma e fez-se moldura em meu viver.

Isso se chama ventura...

Há algo em você que transparece num olhar, como estrela no céu atapetado de astros e exterioriza-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos.

Isso se chama ternura...

Sem olhar, você me percebe, sem falar você me diz, sem me tocar você me abraça...

Isso se chama sensibilidade...

Quando me perco em labirintos escuros você me mostra o caminho de volta...

Quando exponho meus tantos defeitos, você faz de conta que não nota...

Se enlouqueço, você me devolve a razão...

Isso se chama compaixão...

Nos dias em que as horas passam lentas, sem graça e sem luz, nos seus braços eu encontro alento.

Quando os dias alegres de verão partem e em seu lugar chega o outono, cobrindo o chão com folhas secas, e o verde exuberante cede lugar ao cinza, nos seus braços encontro harmonia.

Isso se chama aconchego...

Quando você está longe, no espelho da saudade eu vejo refletida a certeza do reencontro.

Nas noites sem estrelas, quando a escuridão envolve tudo em seu manto negro, você me aponta a carruagem da madrugada, que vem despertar o dia com suas carícias de luz...

Isso se chama esperança.

Quando as marés dos problemas parecem tragar em suas ondas as minhas forças, em seus braços encontro reconforto.

Se as amarguras pairam sobre meus dias, trazendo desgosto e dor, sua presença me traz tranqüilidade.

Você é um raio de sol, nos dias escuros...

É ave graciosa que enfeita a amplidão azul...

Você é alma e é coração.

É poema e é canção...

É ternura e dedicação...

Nada impõe, tudo compreende, tudo perdoa...

Sua companhia é doce melodia, é convite a viver...

... E, tudo isso se chama amor!

Surge depois que as nuvens ilusórias da paixão se desvanecem.

Que a alma se mostra nua, sem enfeites, sem fantasias, sem máscaras...

O amor é esse sentimento que brota todos os dias, como uma flor que explode de um botão ao mais sutil beijo do sol...

Isso, sim, se chama amor...