Certo dia, um professor atento ao
comportamento dos seus alunos observou que poderia ajudá-los a resolver alguns
problemas de cunho íntimo, e propôs uma atividade.
Pediu a todos que levassem uma
sacola e algumas pedras, de vários tamanhos e formas para a próxima aula.
No dia seguinte, orientou que
cada um escolhesse uma pedra e escrevesse nela o nome de cada pessoa de quem
sentiam mágoa, inveja, rancor, ou ciúme. A pedra deveria ser escolhida conforme
o tamanho do sentimento.
Depois que todos haviam terminado
a tarefa, o professor pediu que colocassem as pedras na sacola e a carregassem
junto ao corpo para todos os lugares onde fossem, dia e noite.
Se alguma pessoa viesse a lhes
causar sofrimento ainda intenso, eles poderiam substituir a pedra por uma
maior. E se uma nova pessoa os magoasse, deveriam escolher uma nova pedra,
escrever o nome dela e colocar na sacola.
E quem resolvesse o problema com
algumas das pessoas cujos nomes haviam escrito nas pedras, poderiam retirar a
pedra e lançá-la fora.
Assim foi feito. Algumas sacolas
ficaram cheias e pesadas, mas ninguém reclamou.
Naturalmente, com o passar dos
dias, o conteúdo das sacolas aumentou em vez de diminuir.
O incômodo de carregar aquele
peso se tornava cada vez mais evidente.
Com o passar dos dias os alunos
começaram a mostrar descontentamento. Afinal de contas, estavam sendo privados
de muitos movimentos, pois as pedras pesavam, e alguns ferimentos surgiram,
provocados pelas saliências de algumas pedras.
Para não esquecer a sacola em
nenhum lugar, os alunos deixavam de prestar atenção em outras coisas que eram
importantes para eles.
Passado algum tempo, os alunos
pediram uma reunião com o professor e falaram que não dava mais para continuar
a experiência, pois estavam cansados de carregar aquele peso morto, e alguns
ferimentos incomodavam.
O professor, que já aguardava
pelo momento, falou-lhes com sabedoria: essa experiência foi criada para lhes
mostrar o tamanho do peso espiritual que a mágoa, a inveja, o rancor ou o
ciúme, ocasionam.
Quem mantém esses sentimentos no
coração, perde precioso tempo na vida, deixa de prestar atenção em fatos
importantes, além de provocar enfermidades como conseqüência.
Esse é o preço que se paga todos
os dias para manter a dor e os sentimentos negativos que desejamos guardar
conosco.
Agora a escolha é sua. Vocês têm
duas opções: jogam fora as pedras ou continuam a mantê-las diariamente,
desperdiçando forças para carregá-las.
Se vocês optarem pela paz íntima
terão que se livrar desses sentimentos negativos.
Um a um, os alunos foram se
desfazendo das pesadas sacolas, e todos foram unânimes em admitir que estavam
se sentindo mais leves, em todos os sentidos.
A proposta era de deixar com as
pedras os ressentimentos que cada uma delas representava. E isso dava a cada um
a sensação de alívio.
Por fim todos se abraçaram e
confessaram que naquele gesto simples descobriram que não vale a pena perder
tempo e saúde carregando um fardo inútil e prejudicial.
***
Seja qual for a dificuldade que
te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não
valorizando ofensas nem considerando ofensores.
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