"Mergulhe em mim
Nessa escuridão em que me encontro
Não tente ver nesse ambiente meu medo
Pois não me reconhecerá
Se fora, brilho
Não tenho possuído lume nem em minhas mais ternas graças
E mesmo que sem graça fosse, nem assim me abalaria
Torço que não se assuste, pois me assusto facilmente
A ponto de não querer acender a luz
Não sinta pena por mim
Pois não sinto
Sinto pena do que não fosses
Sinto pena dos sonhos
Sou apenas menino com medo... num local horroroso, minha alma
Onde um de mim tenta retirar-me dali, enquanto o outro me entorpece
Mostrando que força nunca veio de músculos e sim da crença que se é forte
Logo minh’alma, que fora sua morada
Mergulhe em mim, talvez possa me encontrar
Talvez me escute pedir socorro
Pedir perdão
Pedir sua mão
Talvez nunca chegue em mim...
Peço que se não conseguir, não tente de novo
Ver-te afogar, me ancoraria ainda mais
O mar que reside no peito do ser humano é onde poucos sabem onde mergulhar
Apenas ligue um farol... a viagem de volta é longa,
mas entre o sal e monstros do mar posso ainda tentar vir a tona
Tenho me visto igual estrada escura em noite de lua
Num carro sem direção
Tudo é rápido, lindo... mas perigoso
A dor é terreno estranho, mas necessário
Apenas dor demais é como dias de muito sol... ressecam
E entre ver em mim, a escuridão do mar, e o brilho do sol,
Tornei-me espelho
Que reflete tudo que o rodeia, mas em si é apenas vidro... não tem vida...
Cai, quebra, distorce, vira pó e se recicla
E nesse reciclo do mar e do sol, virei sal
Mergulhe em mim
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