Já tentei ser paz
Me vi como expectador de batalhas
Onde impassível vi corpos caírem
Sangue derramado
Armas, farpas, ódio
Giram ao meu redor, como se eu estivesse numa redoma
Tentando sair, tentando não deixar acontecer aquilo... e vendo que nada posso fazer a não ser assistir
Já tentei ser bom
Passei ao largo da bondade
Como se ser assim causasse dor
E por mais facilidade que encontro em amenizar a vida
Não mais existe ao corpo ao qual estendi a mão
Hoje sou apenas imagem, daquilo que desejei viver
Já tentei apertar forte o invisível
Como um distante presente
Apenas vi-me abraçar solitário, o ar companheiro
E teria ido ligeiro
Se não existisse ausência
Já tentei ser brisa
Transformei-me ao sol, em tempestade
E desde que ele parou de brilhar
Transformaram-se os dias em garoa
Já tentei ser pluma
Das que elevam os pássaros ao baterem as asas
Mas... sem pássaro , sem força , a pena também tem seu peso
E acaba misturada ao chão
Tentara ser...
Mas aprendi
O grande castigo do mundo é deixar o amor se perder e não se perder pelo amor
Fui poesia, sonho
Transformei-me em lembrança
Estandarte dos erros cometidos
A ser mirado todas as vezes que as lagrimas caírem
Ou como cicatriz de uma luta que não se quis
Meu egoísmo só, me leva a crer que, já não me permito olhar da mesma forma a mesma paisagem
As cores mudaram e... insistentemente não quero crer
Que a pintura está desbotada, rota, escorrida
Hoje passeio como alma cheia de virtudes
Que não me valem absolutamente nada
E Com a certeza de ter ido
Apenas... nunca cheguei
As certezas não me prestam nem ao menos como recompensa
Já tentei ser tanta coisa
Apenas me restou eu mesmo como ser...
- Fabricio Marchi –
(Esse texto lindo tem TUDO A VER comigo...)
Um comentário:
O Fá é um grande artista do coração!!!
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