segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Lenda do Vagalume


Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume. 
Este fugia rápido da feroz predadora, e a serpente não desistia. 
Primeiro dia, ela o seguia. Segundo dia, ela o seguia... No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e falou à serpente: 
- Posso te fazer três perguntas? 
- Não estou acostumada a dar este precedente a ninguém, porém, como vou te devorar, podes perguntar, contestou a serpente. 
- Pertenço a tua cadeia alimentícia? Perguntou o Vagalume. 
- Não, respondeu a serpente. 
- Eu te fiz algum mal? Diz o vagalume. 
- Não. Tornou a responder a serpente. 
- Então por que queres acabar comigo? 
- Porque não suporto te ver brilhar. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Guardador de Rebanhos


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

(Alberto Caiero)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Metade - Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito 
Não me tape os ouvidos e a boca 
Porque metade de mim é o que eu grito 
Mas a outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe 
Seja linda ainda que tristeza 
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada 
Mesmo que distante 
Porque metade de mim é partida 
Mas a outra metade é saudade
Que as palavras que eu falo 
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor 
Apenas respeitadas 
Como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos 
Porque metade de mim é o que ouço 
Mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora 
Se transforme na calma e na paz que eu mereço 
Que essa tensão que me corrói por dentro 
Seja um dia recompensada 
Porque metade de mim é o que eu penso, 
mas a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste,
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso 
Que eu me lembro ter dado na infância 
Por que metade de mim é a lembrança do que fui 
A outra metade eu não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
Pra me fazer aquietar o espírito 
E que o teu silêncio me fale cada vez mais 
Porque metade de mim é abrigo 
Mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Quem não te procura, não sente sua falta.

Quem não sente sua falta, não te ama.

O destino determina quem entra na sua vida, mas você decide quem fica nela.

A verdade dói só uma vez. A mentira dói cada vez que você lembra.

Então, valorize quem valoriza você e não trate como prioridade quem te trata como opção!