quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Hoje É Tempo De Ser Feliz

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe...

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!

Infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam...

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena...

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..."

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.

Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar... (?)

- Padre Fábio de Melo -

Milagre...

Quero fazer os poemas das coisas materiais,
pois imagino que esses hão de ser
os poemas mais espirituais.
E farei os poemas do meu corpo
E do que há de mortal.
Pois acredito que eles me trarão
Os poemas da alma e da imortalidade."
E à raça humana eu digo:
- Não seja curiosa a respeito de Deus,
pois eu sou curioso sobre todas as coisas
e não sou curioso a respeito de Deus.
Não há palavra capaz de dizer
Quanto eu me sinto em paz
Perante Deus e a morte.
Escuto e vejo Deus em todos os objetos,
Embora de Deus mesmo eu não entenda
Nem um pouquinho...
Ora, quem acha que um milagre alguma coisa demais?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres...
Cada momento de luz ou de treva
É para mim um milagre,
Milagre cada polegada cúbica de espaço,
Cada metro quadrado de superfície
Da terra está cheio de milagres
E cada pedaço do seu interior
Está apinhado de milagres.
O mar é para mim um milagre sem fim:
Os peixes nadando, as pedras,
O movimento das ondas,
Os navios que vão com homens dentro
- existirão milagres mais estranhos?

- Walt Whitmann -

Prece Pela Tolerância

Não é mais aos homens que me dirijo. É à você, Deus de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos: Que os erros agarrados à nossa natureza não sejam motivo de nossas calamidades.

Você não nos deu coração para nos odiarmos nem mãos para nos enforcarmos. Faça com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira.

Que as pequenas diferenças entre as vestimentas que cobrem nossos corpos, entre nossos costumes ridículos, entre nossas leis imperfeitas e nossas opiniões insensatas não sejam sinais de ódio e perseguição.

Que aqueles que acedem velas em pleno dia para te celebrar, suportem os que se contentam com a luz do sol.

Que os que cobrem suas roupas com um manto branco para dizer que é preciso te amar, não detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto negro.

Que aqueles que dominam uma pequena parte desse mundo, e que possuem algum dinheiro, desfrutem sem orgulho do que chamam poder e riqueza e que os outros não os vejam com inveja, mesmo porque você sabe que não há nessas vaidades nem o que invejar nem do que se orgulhar.

Que eles tenham horror à tirania exercida sobre as almas, como também execrem os que exploram a força do trabalho. Se os flagelos da guerra são inevitáveis, não nos violentemos em nome da paz.

Que possam todos os homens se lembrar que eles são irmãos!

- Voltaire -

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Face a Face

Diante da mão que pede,
peço a Deus que me dê forças para não negar.
Diante da mão que bate,
peço a Deus que me dê forças para não revidar.
Diante da mão que separa,
peço a Deus que me dê forças para saber unir.
Diante da mão que é força,
peço a Deus que me dê forças, a força que não faz o ferir.
Diante da mão injusta,
peço a Deus que me dê discernimento para saber dividir.
Diante da mão que mata,
peço a Deus que me dê forças para fazer reviver.
Diante da mão que Diante rouba,
peço a Deus que me dê forças para saber entender.
Diante da mão que aponta,
peço a Deus que me dê forças para saber como julgar.
Diante da mão que condena,
peço a Deus que me dê forças para saber defender.
Diante da mão que omite,
peço a Deus que me dê forças para ter coragem.
Diante da vida como se mostra,
quero entender a morte como o amanhã
daqueles que souberam viver.

Volta teu rosto sempre na direção do sol
e as sombras ficarão para trás!

domingo, 27 de setembro de 2009

Duradouro Amor...

Quando se é adolescente acredita-se que ninguém melhor do que nós saiba amar. Temos a capacidade de esquecer do mundo que nos rodeia para somente pensar no ser amado.

É um tempo quase mágico. Nada mais no mundo tem importância senão aquele a quem se ama.

Para ele nos enfeitamos, mudamos a cor do cabelo, ficamos horas frente ao espelho.

Poderemos chorar durante horas por causa da espinha que saiu bem na ponta do nariz, que nos faz sentir horríveis e, na nossa cabeça, não mais amados pelo outro.

Temos a capacidade de ficar um tempo sem conta parados em uma esquina pelo simples fato de aguardar que a amada passe por ali. E ao vê-la, talvez, somente um tímido ‘olá’ será dito.

Mas a chama que arde na intimidade fará com que o coração salte descompassado, que o rosto fique vermelho, que as mãos fiquem suadas de forma incomum.

As margaridas, vez ou outra, sentem a intensidade do amor que nos toma porque ficamos a tirar-lhes as pétalas uma a uma, falando: ela me ama, ela não me ama... E é natural que torcemos muito para que a última pétala nos diga que ela nos ama.

É um tempo feito de sonhos, onde cada ato, cada pensamento tem a duração da eternidade. Ao mesmo tempo, com uma incrível capacidade de se mudar de idéia no dia seguinte.

Muitos de nós, nessa fase, encontramos o verdadeiro amor. Aquele que conosco haverá de viver e conviver, formar um lar, constituir uma família.

Outros, no entanto, lembraremos do primeiro amor como algo bom, saudável. Algo que nos parecerá doce, mas passageiro.

Porque o verdadeiro amor tem um gosto de continuidade. É aquela pessoa a quem permitimos penetrar nos recessos secretos em que guardamos as nossas feridas. Ela as tocará com delicadeza e, quando um revelar ao outro os próprios receios e desejos, descobriremos o que é o amor verdadeiro.

O primeiro amor pode marcar profundamente. Mas quando o amor cresce é porque une e alimenta o que há de mais belo e nobre em duas pessoas.

O primeiro amor pode invadir o nosso sangue com o efeito de uma bomba. O amor duradouro toma conta da alma.

É algo bem mais poderoso do que carne e ossos. Transcende a matéria.

É o amor que nos completa. Ele nos faz sentir unidos e completos como os mares. Um porto contra todas as tempestades. Um abrigo, um refúgio.

***

O amor verdadeiro é aquele que consegue atravessar os anos e crescer. É aquele que nos faz descobrir novidades no ser amado, a cada época que vivemos juntos.

É aquele que nos confere a possibilidade de seguirmos de mãos dadas e encontrarmos prazer na contemplação de um amanhecer.

É aquele que nos torna capazes de ficarmos um tempo interminável a observar os gestos do ser amado.

É o que nos permite recordar os tempos do namoro, os primeiros tempos juntos e desejar reprisar aquela magia. É o sentimento que nos remete, vez ou outra, ao passado para nos lembrar porque decidimos passar a vida um ao lado do outro.

- Redação do Momento Espírita com base no texto “Meu único e verdadeiro amor”, publicado na Revista Seleções Reader’s Digest, de março/2000 -

Um Passo Apenas...

Não importa há quanto tempo você esteja andando para o Norte, com apenas um passo você é capaz de andar para o Sul.

O que é preciso para dar uma volta de cento e oitenta graus na sua vida?

Apenas um passo.

Você está a apenas um passo de uma dieta mais equilibrada, a um passo de melhorar suas finanças pessoais, a um passo de ser um profissional muito melhor, a um passo de ter um relacionamento mais gratificante.

Daqui a um minuto, seus piores problemas podem estar todos atrás de você, ao invés de estarem na sua frente.

Com apenas um passo, o melhor dia da sua vida pode ainda estar por vir, e não estar perdido em algum lugar do passado distante.

Num instante, todas as energias negativas na sua vida podem ser redirecionadas para alguma coisa positiva.

Apenas um passo é necessário para romper essa inércia, e dar à sua vida o rumo que você realmente gostaria que ela tivesse.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Felicidade

Amar é um ato...
Viver um fato...
Existir uma obrigação...
Sonhar um desejo...
Querer uma atitude...
Amigos uma virtude...
Decisões um conjunto de atitudes.
A vida é um conjunto de circunstâncias que você escolhe!
Não se esqueça que o sonho
é o primeiro passo para a realidade e lembre-se:
A felicidade é construída por momentos e...
Os bons momentos duram
o tempo suficiente para se tornarem inesquecíveis.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Passarinho Livre...

Eu sou como um pássaro livre.
Gosto muito de voar
Meu pensamento é rápido,
Ninguém me consegue agarrar
Por mim, já passou a Primavera
Mas, considero as outras uma beleza.
Gosto do dia e da noite,
Nunca sinto tristeza.
É na Primavera
Que acasalam os passarinhos.
Eu estou no Outono,
Estou sempre no meu ninho.
No meu ninho vou ficando,
Sempre com muito jeitinho,
Para poder voar
Nem que seja devagarinho.
Desviando-me do mal
Que possa encontrar no caminho.
Evitando quebrar as asas
Como acontece ao passarinho.
A minha imginação
Gosta muito de voar.
Sou como o passarinho
Que voa sem parar.
Meu pensamento é livre,
Tem asas como eles.
Percorro o mundo inteiro,
Só depois me apercebo
Que nem saí do ninho.
Como é bom
Dar largas à imaginação.
Mesmo no meu ninho e sózinha
Desconheço a solidão.
Eu choro, canto e riu
Tal como uma pessoa normal,
Igualar-me a um passarinho
Não tem nada de mal.
Também estou dependente
De quem me rodeia.
Tal como o passarinho
Que para não chorar,
Chilreia.
Isto é o que penso
A meu respeito.
Pouco mais há que contar,
Peço a Deus que me conserve
As asas da imaginação
Para poder voar.
É tão bom
Sermos livres,
Mais não seja em pensamento,
É que as mágoas são levadas
Para longe com o vento.

Semeadura

Quem planta árvores, colhe alimento.
Quem planta flores, colhe perfume.
Quem semeia trigo, colhe pão.
Quem planta amor, colhe amizade.
Quem semeia alegria, colhe felicidade.
Quem planta a vida, colhe milagres.
Quem semeia verdade, colhe a confiança.
Quem semeia fé, colhe a certeza.
Quem semeia carinho, colhe gratidão.
No entanto, há quem prefira semear:
Tristeza e colher amargura.
Plantar discórdia e colher solidão.
Semear vento e colher tempestade.
Plantar ira e colher inimizade...
Plantar injustiça e colher abandono.
Somos semeadores conscientes
Espalhamos diariamente

milhões de Sementes ao nosso redor.
Que possamos escolher sempre
As melhores, para que, ao recebermos
A dádiva da colheita farta
Tenhamos apenas motivos para agradecer.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Isso é Paz...

Sonhe

Mas não deseje ser quem você não é. Isso é pesadelo

Almeje

Mas não queira uma vida igual a de outrem. Isso é morte

Imagine

Mas não fantasie com o que não pode ter. Isso é loucura

Dispute

Mas não tente vencer o invencível. Isso é suicídio

Fale

Mas não apenas de si próprio. Isso é egoísmo

Apareça

Mas não se mostre com orgulho. Isso é exibicionismo

Admire

Mas não se machuque com inveja. Isso é falta de auto-estima

Avalie

Mas não se coloque como modelo de conduta. Isso é egocentrismo

Alegre-se

Mas não em exagero e com alarde. Isso é desequilíbrio

Elogie

Mas não se desmanche em bajulações. Isso é hipocrisia

Observe

Mas não faça julgamentos. Isso é baixa auto-crítica

Chore

Mas não se declare um ser infeliz. Isso é auto-piedade

Importe-se

Mas não cuide da vida do próximo. Isso é abandonar a própria vida

Ande

Mas não atravesse o caminho alheio. Isso é invasão

Viva

Feliz com o q pode ter

Feliz com o que pode ser

Isso é Paz!

Recuar? Eu não!

Sou vento, sou tempestade
outras vezes brisa e calmaria.
Trago no peito a garra
de quem briga pela vida
sempre e cada vez mais.
Não me deixo intimidar
por situações que insistem
em afastar meus passos
dos objetivos que pra mim tracei.
Não. Não eu.
Sou filha única da aventura
de viver por mim mesma.
Minha estrada é de mão única.
Mesmo que com várias curvas
mas sempre em frente.
Sem medos, sem volta.
Não me permito atalhos.
Não tenho pressa de chegar.
Aqui não existem setas
que me indiquem o caminho
E é justamente isso que
embeleza a cada dia
esta minha jornada.
Eu faço o meu destino.
Sou dona de mim.
Perfeita nas minhas imperfeições
e sempre consciente da
minha completa falta de limites.
Portanto,
Que venham as pedras
que me cortam os pés,
Ou as mais altas montanhas
que eu precise escalar...
Porque hoje eu sei
que nada nem ninguém
Tem o poder suficiente
de me fazer recuar.

- Milla Pereira -

(dedico este post às minhas irmãs-amigas de Oyá: dinda Tânia, Dani Moron, Sandra e Ekédji Rosângela)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Imortalidade Da Alma

Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates. A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia.

Aos setenta e tantos anos foi Sócrates condenado à morte, embora inocente. Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte. O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranqüilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.

Na véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro (desde daquela época já existia essa prática...), que abriu a porta da prisão. Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:

- Foge depressa, Sócrates!

- Fugir, por quê? - perguntou o preso.

- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?

- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!

- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton.

- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!

- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim.

Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:

- Críton, achas que isto aqui é Sócrates?

E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:

- Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. Eu sou a minha alma. Ninguém pode matar Sócrates! ...

E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre.

No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:

- Sócrates, onde queres que te enterremos?

Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... EU SOU MINHA ALMA...

E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da FELICIDADE, que nem a morte lhe pôde roubar.

Conhecia-se a si mesmo, o seu verdadeiro Eu divino, eterno imortal.”

Assim somos todos nós seres IMORTAIS, pois somos alma, luz, divinos, eternos...Nós só morremos, quando somos simplesmente ESQUECIDOS...

- Victor Hugo -

Quando morreu, no século XIX, Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes em seu cortejo fúnebre, em plena Paris.

Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação. O genial literato deixou textos inéditos que, por sua vontade, somente foram publicados após a sua morte.

Um deles fala exatamente do homem e da imortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:

“A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra. Na morte o homem acaba, e a alma começa.

Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto. Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?

Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.

O que constitui o meu eu, irá além. O homem é um prisioneiro. O prisioneiro escala

penosamente os muros da sua masmorra. Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro. Aí, olha, distingue ao longe a campina, Aspira o ar livre, vê a luz. Assim é o homem.

O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade. Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?

Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo. De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?

A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta terra.

O mundo luminoso é o mundo invisível. O mundo do luminoso é o que não vemos. Os nossos olhos carnais só vêem a noite. A morte é uma mudança de vestimenta.

A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz. Na morte o homem fica sendo imortal.

A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela. A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.

As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus. O ponto de reunião é no infinito.

Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem. Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito”.

- Uberto Rhodes -

A Rosa Encantada

Toda a riqueza e o conforto de que dispunha não faziam daquela jovem princesa uma pessoa plenamente feliz. Faltava-lhe algo!
Havia um imenso e angustiante vazio em sua vida.
Aflita, a herdeira do trono mandou chamar um ancião, conhecido por sua sapiência. Confessou-lhe a sua inquietação e rogou-lhe ajuda.
O velho sábio, afagando os cabelos da jovem, sorriu e lhe falou:
Está bem, alteza, daqui a três luas nascerá no jardim, ao amanhecer, a mais bela flor que os seus verdes olhos já viram...
Será uma rosa encantada que trará em si a beleza, o perfume e o encantamento que lhe darão a alegria de que sentis tanta falta.
A jovem sorriu, agradecida.
Mas o velho advertiu: tende cuidado! A flor é sua e cabe-lhe o dever de cuidar dela... Caso contrário, perder-se-á a flor... Perder-se-á o encanto!
A jovem aguardava, ansiosa, o momento de conhecer a flor encantada...
Todos os dias ela ia até o jardim, para ver se já não teria nascido a sua rosa... Entretanto, encontrava apenas as flores comuns.
Mas, na data prevista, aos primeiros raios do amanhecer, fez-se um burburinho no jardim, bem sob a janela da jovem princesa.
Ela, irritada, levantou-se e foi à sacada para pedir silêncio. Mas, ao abrir a janela, viu, em meio à grama, o motivo do falatório: uma flor como jamais houvera antes naquelas paisagens!
Era realmente uma flor sem igual! Não se assemelhava às outras, em nada: nem no tamanho, nem na cor, nem no aveludado de suas pétalas, nem em seu perfume...
A jovem vestiu-se às pressas e desceu as escadarias a passos rápidos.
Atirou-se de joelhos na grama, maravilhada com a beleza da flor... Beijou-lhe as pétalas suavemente, inalou seu perfume inefável.
Ordenou ao jardineiro que lhe desse tratamento especial: o melhor adubo, a água mais fresca.
Quase todo o reino foi chamado a conhecer a flor encantada, desde os súditos até sua majestade, o grande rei. Todos queriam ver a rosa de que se falavam tão grandes coisas.
Por isso, a jovem mandou chamar a guarda, para que houvesse sempre um soldado ao lado da flor, evitando que alguém a maltratasse ou roubasse.
Mesmo assim, muitos curiosos se amontoavam em torno da flor, observando-a, inalando o seu perfume, apreciando a sua beleza.
Um dia, aborrecida com tantos visitantes, a princesa dispensou o soldado e aguardou o anoitecer.
Quando a noite estendeu seu manto negro por sobre o castelo, ela voltou ao jardim e arrancou dali a sua rosa encantada.
Levou-a para seu quarto, e plantou-a num vaso de ouro cravado de gemas de valor, trabalhado pelo mais competente ourives de todo o reino.
– Enfim – pensou a princesa, sorrindo – agora a rosa é só minha! E passou toda a madrugada acarinhando a flor.
Não recebia criados, amigos, nem mesmo seus pais...
Estava feliz! Finalmente, a rosa era sua!
Todavia, logo ao cair da tarde daquele dia a flor começou a apresentar mudanças... Seu perfume alterou-se. Sua cor escureceu. Suas pétalas enrugaram.
Todas as tentativas para reavivá-la foram em vão. Na manhã seguinte, a rosa estava morta!
Infeliz, a jovem princesa chorou, tardiamente arrependida.

***

Diante da flor amada, fonte de alegrias de nossas vidas, o ciúme é sempre mau companheiro.
Encantamo-nos com sua beleza, com seu perfume, com seu sorriso, com seu olhar, mas tentamos policiar-lhe os gestos, os pensamentos, as atenções.
A beleza das nuvens, o encanto das borboletas, a perfeição da águia, a graça das estrelas, a formosura das ondas, devem-se à sua liberdade.
Podemos capturar o pássaro, mas não a alegria do vôo. Podemos armazenar a água, jamais as ondas!
A borboleta, aprisionada, morre!
Aquele que ama o sorriso não exige semblante fechado.
Vale sempre lembrar a máxima: “quem ama, liberta!”

- Equipe de Redação do Momento Espírita, adaptação do texto Lenda da rosa encantada, de autoria de Fábio Azamor -

A Matéria e o Espírito

“Felizes são aqueles que levam consigo

uma parte das dores do mundo.

Durante a longa caminhada,

eles saberão mais coisas sobre a felicidade

do que aqueles que a evitam.”

- frase atribuída a Jesus Cristo -

Onde estás neste momento?

Salvo nos meus sonhos

Estás ausente, mas sempre tão próximo de mim

quanto um pulsar do coração.

Estou perdido agora sem a Tua companhia.

Não sei onde estás.

Permaneço buscando,

Mantenho a esperança,

porém o tempo nos distancia.

Haverá uma maneira de encontrá-Lo?

Um sinal que eu deva saber?

Uma estrada por onde eu possa seguir,

Para trazê-Lo de volta para casa?

O inverno está diante de mim,

Enquanto Te encontras tão distante

Na escuridão do meu sonho

A Tua luz permanecerá

Se eu pudesse estar próximo de Ti,

Se pudesse estar onde Te encontras,

Se pudesse alcançá-Lo,

E trazê-Lo de volta para casa.

Haverá uma maneira de encontrá-Lo?

Um sinal que eu deva saber?

Uma estrada por onde eu possa seguir,

Para trazê-Lo de volta para casa...

…para mim.

- Enya -

Esta existência terrena se assemelha a uma viagem.

A primeira estação, a do embarque,

é a mesma para todos, e se chama: Nascimento.

Quanto tempo durará a viagem,

qual a duração de uma vida,

quem o saberá...?

Da mesma forma que bela,

breve é a vida...

A última estação,

a do desembarque,

é a mesma para todos, e se chama:

E t e r n i d a d e...

“Estai preparados,

pois não sabeis quando nem como sereis chamados a partir.

Não penses estar pronto.

Não te iludas, pois

infindável é a preparação.”

- Trigueirinho -

E um dia, não tão distante,

chegará a nossa vez de desembarcar...

O ingresso na Eternidade é um ato solitário...

Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias,

carros continuarão a cruzar avenidas e estradas,

mas, para aquele que adentra a Eternidade,

já não terão a menor importância...

Familiares, - filhos, irmãos, pais... –

e amigos íntimos deixados para trás.

O ingresso na Eternidade é um ato solitário...

Bens materiais, conta bancária,

chaves e senhas ficaram para trás,

perdendo o valor que aparentavam ter...

Desta existência terrena levaremos apenas

aquilo que trazemos no coração.

Todo o resto não nos pertence de fato,

sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo...

Na hora da morte, teremos plena consciência

do real valor de cada ato que praticamos...

Colheremos aquilo que plantamos,

ações têm conseqüências...

O corpo físico se assemelha a uma gaiola,

e a alma, a uma ave que nela habita.

Na hora derradeira, a Morte, - sempre atenta, sempre justa -,

estende a sua mão e diz para a ave da alma:

“É chegada a hora da tua partida,

de deixar para trás esta gaiola mortal,

e seguir livre a tua jornada.”

“Deixa para trás esta gaiola efêmera, e voa...”

Estará a ave do espírito apta a voar nesta hora decisiva?

Estarão as suas asas suficientemente fortes?

Estarão as nossas asas suficientemente limpas?

Cuidar das asas significa cuidar do espírito...

“Cuidar do espírito significa cuidar dos valores

que dão rumo à nossa caminhada...

...e alimentar significações que enchem de sentido a nossa vida

e que levaremos conosco até o fim de nossa existência.”

“Cuidar do espírito demanda acender a brasa interior

da contemplação e da oração diuturnamente para que nunca se apague.”

“Significa, especialmente, cuidar da espiritualidade,

que é a capacidade de sentir Deus a partir do coração

e de vê-Lo nascer a cada momento no outro que está à minha frente.”

- Leonardo Boff -

Amar os homens

é amar a Deus.

Muito se tem falado sobre os Direitos Humanos,

já é hora de pensarmos em termos de Deveres Humanos...

O dever de ser solidário,

de compartilhar os bens e os dons com os quais

fomos agraciados pela Vida...

O dever de ampliar o nosso campo de visão,

de modo a abranger não apenas a nossa família biológica,

mas a inteira família humana.

O dever de amar e acolher

o órfão,

o idoso, o enfermo,

o desamparado...

O dever de socorrer

o pobre,

o necessitado,

o excluído,

o desabrigado...

“Quem, pois, tiver bens do mundo, e,

vendo o seu irmão necessitando,

lhe fechar o coração,

como permanece nele o amor de Deus?”

- I João 3, 17 -

O que será que a menina de tanto destituída responderá,

no dia em que lhe for dirigida a seguinte pergunta:

“Acaso encontraste, neste vasto mundo,

alguém disposto a tentar amenizar a tua dor...?”

“Se podes olhar, vê.

Se podes ver, repara.”

Livro dos Conselhos

Existe a matéria...,

e existe o espírito...

A matéria é limitada pelas leis do tempo e do espaço,

pelo visível, pelo findável, pelo finito...

O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações,

um mundo onde as aparências se desmancham,

e as essências são reveladas...

Durante um breve lapso de tempo,

espírito e matéria dividem o mesmo palco,

findo tal prazo, cada qual segue o seu rumo...

O corpo material,

o necessário abrigo temporário do espírito,

recolhe-se ao pó...

...enquanto que o espírito segue sua jornada

pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.

Purificar o coração, lapidar a alma,

ser solidário, generoso, atento, desperto,

de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena,

quando a hora final chegar,

com a sensação de dever cumprido,

com uma consciência tranqüila...

“O único objetivo da vida no mundo material

é a entrada no mundo da Realidade...”

- dos Escritos da Fé Bahá’í -

“Ó Descendente do Pó!

Não te contentes com o ócio de um dia passageiro,

privando-te do repouso eterno.

Não troques o jardim de infindável deleite

pelo monte de pó que é o mundo mortal.

De tua prisão ascende aos gloriosos prados do além e,

de tua gaiola mortal, alça teu vôo até o paraíso do Infinito.”

- Bahá’u’lláh -

Outros prados,

outras pradarias nos esperam.

Mundos espirituais,

onde a Justiça não fenece...,

...onde o Amor continuamente floresce,

e onde a Bondade perdura.

“Olhai os lírios do campo”

“Buscai

o Reino de Deus

em primeiro lugar...”

- Jesus Cristo -