CINZAS – dia que sucede os festejos pagãos do Carnaval, no qual os católicos cristãos são marcados na testa com cinzas, simbolizando a conversão para a vida em Cristo, a reflexão sobre a mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. O fogo, símbolo do Espírito Santo, também expurga os resquícios pecaminosos da ‘festa da carne’.
QUARESMA – esta tradição advém do Judaísmo. No Livro do Êxodo (terceiro do Antigo Testamento, que forma com a Genesis, Deutoronômio, Levítico e Números o PENTATEUCO ou Torá, a pedra fundamental do Judaísmo), há o relato da odisséia do povo de Israel, fugindo do jugo do faraó rumo à Terra Prometida, guiados por Moisés. Esta passagem, cheia de incertezas, durou 40 anos. Foi relembrada por Jesus quando este retirou-se para o deserto, ficando lá por 40 dias. Um ato de abnegação que tinha objetivo de provar aos israelitas que ele fazia parte daquele povo, sofria com ele e era o Messias que estes aguardavam, para cumprir as leis e apresentar-lhes o Deus de Amor e Misericórdia no lugar da figura punitiva e implacável. O jejum e outras penitências remetiam às dificuldades da viagem de seus ancestrais. Este preceito, inspirado no ato de Jesus, foi imposto pela Igreja Católica e tem várias restrições, dentre as quais a proibição de se comer carne vermelha, em respeito ao corpo do Cristo. Neste período, os santos nas igrejas ficavam cobertos com panos roxos, em sinal de respeito à dor de Maria por seu filho.
RAMOS – chegada de Jesus à Jerusalém para comemorar a Páscoa Judaica. O povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”. E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém, despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte.
SANTA CEIA – confraternização entre Jesus e seus apóstolos, exortando-os a continuarem propagando sua obra. É de onde surgiu o sacramento da Eucaristia praticado pela Igreja Católica Apostólica Romana. "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20)
6ª FEIRA DA PAIXÃO – ‘De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. Ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus.’ – (Mateus 27, 50-54)
ALELUIA – dia de Nossa Senhora das Dores, em sofrimento pela paixão do Cristo. Os populares ‘malham’ o Judas.
PÁSCOA – A Páscoa Judaica, ou Pessach, celebra a chegada à Canaã, a Terra Prometida. É o início de uma nova vida, em liberdade. A Páscoa Cristã também é um recomeço, quando Jesus ‘ressuscita’, em toda a sua glória, para a vida plena, liberta dos grilhões do invólucro terreno.
UMBANDA - Em muitos terreiros de Umbanda, as casas param suas atividades ou restringem os trabalhos apenas aos pretos velhos e exus, considerando que Orixás se recolhem na Aruanda e caboclos no Juremá para velarem por nós, num período considerado ‘conturbado e tomado de energias negativas’. Tudo isso por conta da autoridade dogmática da Igreja Católica que atravessa os séculos e que ainda prevalece nos dias atuais dentro da Umbanda por equívoco ou desconhecimento dos pais e mães de santo.
A 6ª feira da Paixão é vista por muitos como um ‘dia de queimação’ por conta da crença de que as trevas sobrepujam a luz (de acordo com a passagem Evangelho de Mateus supracitada), tornando-nos vulneráveis. Mais uma vez o sincretismo influencia negativamente, porque os médiuns tendem a cultuar sentimentos pesarosos, tal como os católicos, baixando assim seu campo vibratório e tornando-se suscetíveis. Nas tendas de Umbanda, os médiuns ficam recolhidos em vigília, passam pelo ritual do amaci e cruzamento com pemba (ou cura) para o fortalecimento do ori e fechamento do corpo, respectivamente. Faz-se também uma mesa branca para Oxalá com canjica, acaçá etc. Distribui-se pão e vinho (e as respectivas matérias-primas, a uva e o trigo, símbolos de fartura, abundância e riqueza desde a Antiguidade) em memória da Última Ceia. O sincretismo reforçou o dia de culto a Oxalá na 6ª feira. Há tendas onde no sábado de Aleluia festeja-se ‘a volta dos caboclos e dos Orixás’. Nas casas mais ‘africanizadas’, utilizam-se a partir da 4ª feira de Cinzas as amarras anti-egum (ou contra-egum), trançados de palha da costa atados aos braços, tornozelos e cintura (umbigueiras) com a função de afastar os espíritos baixos.
CONCLUSÃO: A origem de tais celebrações provém da tradição judaico-cristã. Mesmo que a Umbanda acomode conceitos de várias religiões, não há porque permanecer cultuando estas datas forçando-lhes conotações dolorosas. É nosso dever propagar a mensagem de amor, fé, caridade trazida pelo Cristo e não nos martirizar pela suposta responsabilidade do sofrimento que lhe imputamos. Nossos hábitos, atitudes e pensamentos formam uma egrégora que vibra de acordo com nossas tendências - positivas ou negativas. As entidades de luz não se afastam de nós a seu bel-prazer, nós é que não fazemos bom uso do livre arbítrio e agimos à margem das boas orientações. Os guias são a nossa consciência. Quando ignoramos seus alertas, ficamos a cargo das conseqüências de nossos atos estúpidos. Ao rogarmos por ajuda, lá estão eles com a mão estendida a nos oferecer apoio e consolo. Deixemos os terreiros abertos para receber os necessitados de um passe, uma orientação - aqueles que estão doentes da alma.
QUARESMA – esta tradição advém do Judaísmo. No Livro do Êxodo (terceiro do Antigo Testamento, que forma com a Genesis, Deutoronômio, Levítico e Números o PENTATEUCO ou Torá, a pedra fundamental do Judaísmo), há o relato da odisséia do povo de Israel, fugindo do jugo do faraó rumo à Terra Prometida, guiados por Moisés. Esta passagem, cheia de incertezas, durou 40 anos. Foi relembrada por Jesus quando este retirou-se para o deserto, ficando lá por 40 dias. Um ato de abnegação que tinha objetivo de provar aos israelitas que ele fazia parte daquele povo, sofria com ele e era o Messias que estes aguardavam, para cumprir as leis e apresentar-lhes o Deus de Amor e Misericórdia no lugar da figura punitiva e implacável. O jejum e outras penitências remetiam às dificuldades da viagem de seus ancestrais. Este preceito, inspirado no ato de Jesus, foi imposto pela Igreja Católica e tem várias restrições, dentre as quais a proibição de se comer carne vermelha, em respeito ao corpo do Cristo. Neste período, os santos nas igrejas ficavam cobertos com panos roxos, em sinal de respeito à dor de Maria por seu filho.
RAMOS – chegada de Jesus à Jerusalém para comemorar a Páscoa Judaica. O povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”. E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém, despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte.
SANTA CEIA – confraternização entre Jesus e seus apóstolos, exortando-os a continuarem propagando sua obra. É de onde surgiu o sacramento da Eucaristia praticado pela Igreja Católica Apostólica Romana. "E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20)
6ª FEIRA DA PAIXÃO – ‘De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. Ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus.’ – (Mateus 27, 50-54)
ALELUIA – dia de Nossa Senhora das Dores, em sofrimento pela paixão do Cristo. Os populares ‘malham’ o Judas.
PÁSCOA – A Páscoa Judaica, ou Pessach, celebra a chegada à Canaã, a Terra Prometida. É o início de uma nova vida, em liberdade. A Páscoa Cristã também é um recomeço, quando Jesus ‘ressuscita’, em toda a sua glória, para a vida plena, liberta dos grilhões do invólucro terreno.
UMBANDA - Em muitos terreiros de Umbanda, as casas param suas atividades ou restringem os trabalhos apenas aos pretos velhos e exus, considerando que Orixás se recolhem na Aruanda e caboclos no Juremá para velarem por nós, num período considerado ‘conturbado e tomado de energias negativas’. Tudo isso por conta da autoridade dogmática da Igreja Católica que atravessa os séculos e que ainda prevalece nos dias atuais dentro da Umbanda por equívoco ou desconhecimento dos pais e mães de santo.
A 6ª feira da Paixão é vista por muitos como um ‘dia de queimação’ por conta da crença de que as trevas sobrepujam a luz (de acordo com a passagem Evangelho de Mateus supracitada), tornando-nos vulneráveis. Mais uma vez o sincretismo influencia negativamente, porque os médiuns tendem a cultuar sentimentos pesarosos, tal como os católicos, baixando assim seu campo vibratório e tornando-se suscetíveis. Nas tendas de Umbanda, os médiuns ficam recolhidos em vigília, passam pelo ritual do amaci e cruzamento com pemba (ou cura) para o fortalecimento do ori e fechamento do corpo, respectivamente. Faz-se também uma mesa branca para Oxalá com canjica, acaçá etc. Distribui-se pão e vinho (e as respectivas matérias-primas, a uva e o trigo, símbolos de fartura, abundância e riqueza desde a Antiguidade) em memória da Última Ceia. O sincretismo reforçou o dia de culto a Oxalá na 6ª feira. Há tendas onde no sábado de Aleluia festeja-se ‘a volta dos caboclos e dos Orixás’. Nas casas mais ‘africanizadas’, utilizam-se a partir da 4ª feira de Cinzas as amarras anti-egum (ou contra-egum), trançados de palha da costa atados aos braços, tornozelos e cintura (umbigueiras) com a função de afastar os espíritos baixos.
CONCLUSÃO: A origem de tais celebrações provém da tradição judaico-cristã. Mesmo que a Umbanda acomode conceitos de várias religiões, não há porque permanecer cultuando estas datas forçando-lhes conotações dolorosas. É nosso dever propagar a mensagem de amor, fé, caridade trazida pelo Cristo e não nos martirizar pela suposta responsabilidade do sofrimento que lhe imputamos. Nossos hábitos, atitudes e pensamentos formam uma egrégora que vibra de acordo com nossas tendências - positivas ou negativas. As entidades de luz não se afastam de nós a seu bel-prazer, nós é que não fazemos bom uso do livre arbítrio e agimos à margem das boas orientações. Os guias são a nossa consciência. Quando ignoramos seus alertas, ficamos a cargo das conseqüências de nossos atos estúpidos. Ao rogarmos por ajuda, lá estão eles com a mão estendida a nos oferecer apoio e consolo. Deixemos os terreiros abertos para receber os necessitados de um passe, uma orientação - aqueles que estão doentes da alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário