Obá e Oxum competiam pelo Amor de Xangô. Cada semana, uma das esposas cuidava de Xangô, fazia sua comida, servia à sua mesa.
Oxum era a esposa mais amada e Obá imitava Oxum em tudo, inclusive nas artes da cozinha, pois o amor de Xangô começava pelos pratos que comia. Oxum não gostava de ver Obá copiando suas receitas e decidiu vencer definitivamente a rival.
Um dia convidou Obá à sua casa, onde a recebeu usando um lenço na cabeça, amarrado de modo a esconder as orelhas. Oxum mostrou a Obá o alguidar onde preparava uma fumegante sopa, na qual boiavam dois apetitosos cogumelos. Disse à curiosa Obá que eram suas próprias orelhas, orelhas que ela cortara, segredou cumplicemente. Xangô havia de se deleitar com a iguaria.
Não tardou para que ambas testemunhassem o sucesso da receita. O marido veio comer e o fez com gula, se fartou. Elogiou sem parar os dotes culinários da mulher.
Oba quase morreu de ciúme. Na semana seguinte, Oba preparou a mesma comida, cortou uma de suas orelhas e pôs para cozinhar.
Xangô, ao ver a orelha no prato, sentiu engulhos. Enjoado, jogou tudo no chão e quis bater na esposa, que chorava. Oxum chegou nesse momento, exibindo suas intactas orelhas. Obá num segundo entendeu tudo, odiou a outra mais que nunca.
Envergonhada e enraivecida, precipitou-se sobre Oxum e ambas se envolveram numa briga que não tinha fim. Xangô já não suportava tanta discórdia em casa e esse incidente só fez aumentar a sua raiva. Ameaçou de morte as briguentas esposas, perseguiu-as. Ambas tentaram fugir da cólera do esposo.
Xangô procurou alcançá-las, lançou o raio contra elas, mas elas corriam e corriam, embrenhando-se nos matos, ficando cada vez mais distantes, mais inalcançáveis.
Conta-se delas que acabaram por ser transformadas em rios. E de fato, onde se juntam o rio Oxum e o rio Oba, a correnteza é uma feroz tormenta de águas que disputam o mesmo leito.
[ Lenda 184 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Oxum era a esposa mais amada e Obá imitava Oxum em tudo, inclusive nas artes da cozinha, pois o amor de Xangô começava pelos pratos que comia. Oxum não gostava de ver Obá copiando suas receitas e decidiu vencer definitivamente a rival.
Um dia convidou Obá à sua casa, onde a recebeu usando um lenço na cabeça, amarrado de modo a esconder as orelhas. Oxum mostrou a Obá o alguidar onde preparava uma fumegante sopa, na qual boiavam dois apetitosos cogumelos. Disse à curiosa Obá que eram suas próprias orelhas, orelhas que ela cortara, segredou cumplicemente. Xangô havia de se deleitar com a iguaria.
Não tardou para que ambas testemunhassem o sucesso da receita. O marido veio comer e o fez com gula, se fartou. Elogiou sem parar os dotes culinários da mulher.
Oba quase morreu de ciúme. Na semana seguinte, Oba preparou a mesma comida, cortou uma de suas orelhas e pôs para cozinhar.
Xangô, ao ver a orelha no prato, sentiu engulhos. Enjoado, jogou tudo no chão e quis bater na esposa, que chorava. Oxum chegou nesse momento, exibindo suas intactas orelhas. Obá num segundo entendeu tudo, odiou a outra mais que nunca.
Envergonhada e enraivecida, precipitou-se sobre Oxum e ambas se envolveram numa briga que não tinha fim. Xangô já não suportava tanta discórdia em casa e esse incidente só fez aumentar a sua raiva. Ameaçou de morte as briguentas esposas, perseguiu-as. Ambas tentaram fugir da cólera do esposo.
Xangô procurou alcançá-las, lançou o raio contra elas, mas elas corriam e corriam, embrenhando-se nos matos, ficando cada vez mais distantes, mais inalcançáveis.
Conta-se delas que acabaram por ser transformadas em rios. E de fato, onde se juntam o rio Oxum e o rio Oba, a correnteza é uma feroz tormenta de águas que disputam o mesmo leito.
[ Lenda 184 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário