sábado, 19 de julho de 2008

Anjos da Guarda. Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos

489. Há Espíritos que se liguem particularmente a um indivíduo para protegê-lo?

"Há o irmão espiritual, o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio."

490. Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião?

"O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada."

491. Qual a missão do Espírito protetor?

"A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida."

492. O Espírito protetor se dedica ao indivíduo desde o seu nascimento?

"Desde o nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas na vida do Espírito."

493. É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor?

"O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, uma missão ou dever."

494. O Espírito protetor fica fatalmente preso à criatura confiada à sua guarda?

"Freqüentemente sucede que alguns Espíritos deixam suas posições de protetores para desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem."

495. Poderá dizer-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos?

"Afasta-se, quando vê que seus conselhos não inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame." (...)

496. O Espírito, que abandona seu protegido, que deixa de lhe fazer o bem, pode fazer-lhe mal?

"Os bons Espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhes tomam o lugar. Costumais então lançar à conta da corte as desgraças que vos acabrunham, quando só as sofreis por culpa vossa."

497. Pode um Espírito protetor deixar o seu protegido à mercê de outro Espírito que lhe queira fazer mal?

"Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o quiser, o protegido dará toda a força ao seu protetor. Pode acontecer que o bom Espírito encontre alhures uma boa-vontade a ser auxiliada. Aplica-se então em auxiliá-la, aguardando que seu protegido lhe volte."

498. Será por não poder lutar contra Espíritos malévolos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida?

"Não é porque não possa, mas porque não quer. E não quer, porque das provas sai o seu protegido mais instruído e perfeito. Assiste-o sempre com seus conselhos, dando-os por meio dos bons pensamentos que lhe inspira, porém quase nunca são atendidos. A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes resistência."

499. O Espírito protetor está constantemente com o seu protegido? Não haverá alguma circunstância em que, sem abandoná-lo, ele o perca de vista?

"Há circunstâncias em que não é necessário esteja o Espírito protetor junto do seu protegido."

500. Momentos haverá em que o Espírito deixe de precisar, de então por diante, do seu protetor?

"Sim, quando ele atinge o ponto de poder guiar-se a si mesmo, como sucede ao estudante, para o qual um momento chega em que não mais precisa de mestre. Isso, porém, não se dá na Terra."

501. Por que é oculta a ação dos Espíritos sobre a nossa existência e por que, quando nos protegem, não o fazem de modo ostensivo?

"Se vos fosse dado contar sempre com a ação deles, não obraríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que este possa adiantar-se, precisa de experiência, adquirindo-a freqüentemente à sua custa. É necessário que exercite suas forças, sem o que, seria como a criança a quem não consentem que ande sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada da maneira que não vos tolha o livre arbítrio, porquanto, se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se confia às suas próprias forças. Sobre ele, entanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do perigo."

502. O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, lucra algum bem para si?

"Constitui isso um mérito que lhe é levado em conta, seja para o seu progresso, seja para a sua felicidade. Sente-se ditoso quando vê bem sucedidos os seus esforços, o que representa, para ele, um triunfo, como triunfo é, para um preceptor, os bons êxitos do seu educando."

a) É responsável pelo mau resultado de seus esforços?

"Não, pois que fez o que de si dependia."

503. Sofre o Espírito protetor quando vê que seu protegido segue mau caminho, não obstante os avisos que dele recebe? Não há aí uma causa de turbação da sua felicidade?

"Compungem-no os erros do seu protegido, a quem lastima. Tal aflição, porém, não tem analogia com as angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal e que o que não se faz hoje, amanhã se fará." (...)

511. A cada indivíduo achar-se-á ligado, além do Espírito protetor, um mau Espírito, com o fim de impeli-lo ao erro e de lhe proporcionar ocasiões de lutar entre o bem e o mal?

"Ligado, não é o termo. É certo que os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho o homem, quando se lhes depara ocasião. Sempre, porém, que um deles se liga a um indivíduo, fá-lo por si mesmo, porque conta ser atendido. Há então luta entre o bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar."

512. Podemos ter muitos Espíritos protetores?

"Todo homem conta sempre com Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam, como também tem junto de si outros que o assistem no mal."

513. Os Espíritos que conosco simpatizam atuam em cumprimento de missão?

"Não raro, desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal."

a) Parece lícito inferir-se daí que os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, não?

"Sim, qualquer que seja o seu caráter, o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizem."

(FONTE: KARDEC, Allan – ‘O Livro dos Espíritos’ – Parte Segunda - Capítulo IX – Item 3)

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