sábado, 19 de julho de 2008

Yemanjá ajuda Olodumare na criação do mundo

Olodumare-Olofim vivia só no Inifinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores, onde quase nem podia caminhar. Cansado desse seu universo tenebroso, cansado de não ter com quem falar, cansado de não ter com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação.
Libertou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas. As águas debateram-se com rochas que nasciam e abriram no chão profundas e grandes cavidades. A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e oceanos, em cujas profundezas Olocum foi habitar.
Do que sobrou da inundação se fez a terra. Na superfície do mar, junto à terra, ali tomou seu reino Yemanjá, com suas algas, e estrelas do mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas.
Ali nasceu Yemanjá em prata e azul, coroada peloa arco-íris de Oxumarê. Olodumare e Yemanjá, a mãe dos orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo aprisionado.
O fogo que se consumia na superfície do mundo eles apagaram e com suas cinzas Orixá Oco fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques, florestas, que foram dados aos cuidados de Ossanhe.
Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste, que foi doada pela mãe dos orixás ao filho Omolu.
Yemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces. Quanto tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Yemanjá, Obatalá, respondendo diretamente às ordens de Olorum, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra. E os orixás pelos humanos foram celebrados.

[ Lenda 220 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

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