
Libertou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas. As águas debateram-se com rochas que nasciam e abriram no chão profundas e grandes cavidades. A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e oceanos, em cujas profundezas Olocum foi habitar.
Do que sobrou da inundação se fez a terra. Na superfície do mar, junto à terra, ali tomou seu reino Yemanjá, com suas algas, e estrelas do mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas.
Ali nasceu Yemanjá em prata e azul, coroada peloa arco-íris de Oxumarê. Olodumare e Yemanjá, a mãe dos orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo aprisionado.
O fogo que se consumia na superfície do mundo eles apagaram e com suas cinzas Orixá Oco fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques, florestas, que foram dados aos cuidados de Ossanhe.
Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste, que foi doada pela mãe dos orixás ao filho Omolu.
Yemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces. Quanto tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Yemanjá, Obatalá, respondendo diretamente às ordens de Olorum, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra. E os orixás pelos humanos foram celebrados.
[ Lenda 220 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]
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